Especialistas da Santa Casa de São José dos Campos explicam o problema e como ajudar na prevenção
Neste mês, é realizada a campanha Setembro Amarelo, com foco no combate ao suicídio, com apoio da Santa Casa de São José dos Campos, que está alertando, principalmente, para a importância da prevenção.
Estimativas feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e reunidas no relatório “Suicídio em todo o mundo em 2019”, divulgado em junho deste ano, apontaram que todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama – ou guerras e homicídios. Em 2019, mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio: uma em cada 100 mortes, o que levou a OMS a produzir novas orientações para ajudar os países a melhorarem a prevenção do suicídio e atendimento.
O psiquiatra da Santa Casa de São José dos Campos, Fernando Pimenta Mathias, analisa que a campanha do combate ao suicídio quebra alguns tabus que impactam a sociedade. “Campanhas como o Setembro Amarelo têm a missão e a coragem de tirar da sombra um tema que sempre foi e continua sendo tabu. O suicídio é algo tão impactante que a maioria das pessoas prefere ignorar o tema ou fingir que ele não existe. Trata-se de um assunto espinhoso, pois exige de nós admitir a finitude da vida, o grau de sofrimento humano e o luto dos que permanecem vivos”, fala. “Além disso, envolve profundas questões morais. Qual é o direito que um cidadão tem de tirar a própria vida? Até que ponto uma pessoa deve suportar o próprio sofrimento e se empenhar em permanecer viva? Enfim, suicídio é um tema antigo e recorrente na humanidade e que deve ser enfrentado por todos nós”, completa.
A psicóloga da Santa Casa de São José dos Campos, Carmela Silveira, explica que existe no indivíduo que tem pensamentos de morte uma falta de vínculo consigo mesmo e que até as atividades do dia a dia se tornam algo pesado. “O comportamento suicida está relacionado a falta de autocuidado, a uma perda de vínculo do paciente consigo mesmo, aos poucos a própria vida deixa de ser importante para ele. As atividades do cotidiano vão se perdendo, com a redução dos hábitos de higiene, perda da vaidade, indiferença de como se portar, desconforto com sensação de dor e de frio e a queda da energia vital”.
Alerta
O psiquiatra ressalta a importância de que os familiares fiquem atentos e busquem ajuda profissional quando perceberem que um ente querido está com ideação suicida. “Ao perceber que uma pessoa tem pensamentos suicidas, a família deve buscar ajuda de algum profissional de saúde mental, que irá ajudar a orientar os familiares conforme o caso. Mas uma regra geral é ouvir a pessoa que sofre e não julgá-la moralmente”, pontua.
O especialista salienta, ainda, que a empatia com a situação do outro é fundamental na assistência e cuidado com quem está passando por esse problema. “É claro que uma tentativa de suicídio é uma agressão não só a si, mas a toda a família. Porém, afirmações como ‘isso é frescura’ ou ‘se estivesse trabalhando, não iria pensar nessas besteiras’, só vão afastar cada vez mais a pessoa que sofre. É importante mostrar com afeto, e não com críticas, o quanto aquela pessoa é importante e o quão doloroso um ato como esse seria para toda a família. Temos que ser solidários e imaginar o grau de sofrimento e desesperança que a pessoa atingiu para cogitar o suicídio como solução” finaliza.
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