Reportagem do jornal O Vale conversou com a médica geriatra da Santa Casa de São José dos Campos, Dra. Marcela de Souza Meohas, que destacou as principais ameaças que podem causar acidentes no ambiente doméstico, principalmente às pessoas idosas.
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Salta o número de acidentes domésticos durante a pandemia
Bárbara Stephanie Monteiro | @Barbara_Ovale
Confinados! Assim tem sido a vida de milhões de pessoas desde o inicio da pandemia. Mas, se por um lado ficar em casa previne a contaminação por Covid-19, por outro, acende um alerta em relação aos acidentes domésticos. Segundo dados da USP (Universidade Federal de São Paulo), 29% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano e 13% caem de forma recorrente – neste período de pandemia e isolamento social, o número chegou a 30%.
Para o diretor da Regional São Paulo da ABTPé (Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé), Danilo Nishikawa, os problemas que têm sido mais frequentes estão ligados a queda de altura (escada, cadeiras, cama) e acidentes por instrumentos perfuro-cortantes (vidro, faca, serra, prego). “É preciso ficar atento. As quedas podem causar lesões simples, como leves entorses do tornozelo, ou fraturas graves da tíbia, fíbula, calcâneo e metatarsos, que necessitem de tratamento cirúrgico. Já os descuidos com o manuseio de instrumentos de cozinha ou de construção podem ocasionar lesões nos tendões, nervos e vasos sanguíneos da mão, levando a consequências graves”, alertou.
Já a médica geriatra da Santa Casa de São José dos Campos, Marcela de Souza Meohas, destaca outras ameaças. “O fogão é um dos grandes precursores de incidentes. São muitas as pessoas que se machucaram ao esquecer o gás ligado ou a panela no fogo”, frisou a médica, que ainda ressaltou a importância de se evitar o uso de tapetes, degraus e chinelos de dedos.
GRUPO DE RISCO
Crianças, idosos e portadores de necessidades especiais exigem atenção redobrada. No caso do público infantil, com o confinamento, as crianças ficam mais agitadas e passam a explorar novos lugares na casa, colocando-se em risco. “O ambiente se torna o playground, o parque e a quadra de esportes. Com isso, podem ocorrer desde lesões menores e pequenas contusões até fraturas do fêmur, tornozelo, cotovelo, mão e punho. Ficar de olho é a principal medida para protegê -las”, reforçou o presidente da ABTPé, José Antônio Veiga Sanhudo.
Cuidados importantes com esse público incluem a colocação de protetores de quina nos móveis, grades nos berços. Brincadeiras que envolvam corrida e pulos em móveis, camas e sofás – principalmente quando próximas às janelas – devem ser evitadas. Já os idosos, pelo avanço da idade, apresentam fraqueza muscular, piora do equilíbrio e fragilidade óssea, sendo mais suscetíveis a quedas dentro de casa. “É importante evitar objetos pelo chão, isolar pisos escorregadios, manter os ambientes iluminados e não subir em bancos, cadeiras ou escadas”, disse o médico.
ACESSIBILIDADE
Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aponta que 24% da população brasileira é composta por pessoas que possuem algum tipo de deficiência. Diante desta estatística, garantir praticidade e conforto para o dia a dia desse grupo é proporcionar autonomia e segurança. Cenário que somado a quarentena deu espaço para empresas voltadas para o ramo da acessibilidade – o nicho que movimenta R$ 5,5 bilhões ao ano. Marcelo Costa, CEO da Planeta Acessível, constatou um crescimento de 20% nos últimos três meses.“Vendemos cerca de 300 mil itens e estimamos um faturamento de R$ 22 milhões para 2021”, contou Costa.
Segundo balanço do CEO, entre os itens mais adquiridos estão as barras de apoio, alarme para banheiro, placas de impacto e fechaduras adaptadas. “Há uma procura significativa desses produtos nos Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais”, pontuou.